Durante o Festival de Gastronomia de Pernambuco de 2009 conheci o restaurante Just Madá, no Recife. Encontrei Madalena Albuquerque e Newman Belo – os proprietários – no mezanino da casa, onde funciona o escritório de arquitetura do casal… que tem jornada dupla. Um dedo de prosa e então voltei ao charmoso salão, à meia luz, em que funciona o restaurante, para provar os pratos do cardápio da Madá, que trazem um mix agradável de sabores pernambucanos e italianos. Se tivesse que escolher uma única palavra para este restaurante, e seus proprietários, não tenho dúvidas, seria aconchego. Nesta breve entrevista, Madá fala dos sabores da sua vida.
Qual a sua primeira memória culinária?
Cozido pernambucano (carne, linguiça, legumes, banana da terra, com pirão), o prato servido na casa da minha avó Maria Madalena, onde a família do meu pai se reunia no primeiro dia de cada ano. Éramos crianças, jovens e adultos ao redor da mesa comandada por aquela pequena senhora, que todos amavam e respeitavam.
Qual o ingrediente que mais tem a cara de Pernambuco?
Queijo coalho faz parte da dieta regular de 90% dos lares pernambucanos, é um dos nossos insumos mais versáteis, vai das entradinhas às sobremesas e é delicioso.
Charque ou carne-de-sol?
Ai! Fica difícil. Fico com as duas, charque para o feijão nosso de cada dia e carne-de-sol sempre.
Sarapatel ou arrumadinho?
Sarapatel. Amo o sabor forte das preparações à base de vísceras.
Se tivesse que fazer um prato para o Gilberto Freyre, qual seria?
Galinha cabidela. Soube por parentes, que este era seu prato favorito da culinária pernambucana. Como acompanhamento, farofa de cuscuz.